Atualidade
05 setembro 2025

Construtores pedem ação urgente para cumprir metas climáticas de 2030

À medida que a Comissão Europeia se prepara para uma série de reuniões de alto nível sobre o futuro da indústria automóvel, o setor dos camiões e autocarros emitiu um alerta urgente sobre o risco de não serem alcançadas as metas climáticas estabelecidas para 2030. Embora os fabricantes europeus de veículos comerciais tenham reafirmado o seu compromisso com a transição verde, alertam que a falta de condições necessárias para essa transformação coloca o setor em risco.

Trata-se de um setor fundamental para a economia europeia, na medida em que fornece os veículos essenciais para o transporte diário de mercadorias e passageiros, tanto a nível particular como empresarial. Nos últimos anos, os fabricantes têm investido fortemente no desenvolvimento de veículos de emissões zero, com vista a satisfazer a crescente necessidade de um transporte sustentável. No entanto, o caminho para o cumprimento das ambiciosas metas de redução de CO₂ para 2030 parece cada vez mais difícil sem os apoios necessários.

De acordo com as metas estabelecidas pela Comissão Europeia, a quota de mercado dos veículos elétricos deverá aumentar de cerca de 3,5% no primeiro semestre de 2025 para, pelo menos, 35% em 2030. Embora a indústria tenha avançado significativamente no sentido de proporcionar soluções de emissões zero, as condições para que esta transição seja bem-sucedida ainda estão longe de ser ideais.

Questões cruciais, como a existência de infraestruturas de carregamento rodoviário adequadas e a aplicação de legislação fundamental, como a Diretiva de Pesos e Dimensões, continuam por resolver.

Além disso, instrumentos essenciais, como preços competitivos, incentivos direcionados e tarifas baseadas nas emissões de CO₂, continuam a enfrentar atrasos consideráveis.

Numa altura de crescente urgência, os fabricantes de camiões e autocarros solicitaram uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com os comissários responsáveis, Hoekstra e Jørgensen, a fim de discutirem as medidas urgentes a tomar para se alcançarem as metas de 2030 e se garantir uma transição justa para todos os intervenientes.

"Estamos prontos para fornecer os veículos e as soluções de emissão zero necessários para todos os modos de transporte. No entanto, a maioria das condições essenciais ainda não está em vigor. Se todas as peças não se encaixarem, vamos falhar. Não se tratará de um fracasso de engenharia, mas sim de um fracasso político", afirmou Christian Levin, CEO do Grupo Scania e presidente do Conselho de Veículos Comerciais da ACEA.

Levin salientou também a necessidade urgente de revisão do Regulamento HDV CO2. "É fundamental que a Comissão acelere a revisão deste regulamento, a fim de refletir as interdependências dentro da indústria dos transportes e da logística. Não podemos esperar até 2027. A avaliação e o acompanhamento das condições críticas para a transição para a neutralidade climática no setor dos transportes rodoviários pesados devem ser realizados imediatamente", alertou.

A transição para a neutralidade climática não depende exclusivamente dos fabricantes de veículos; no entanto, a indústria dos camiões e dos autocarros continua a ser a principal responsável por enfrentar penalizações por não cumprimento das metas, apesar de se encontrar num estágio avançado de preparação para fornecer as soluções necessárias.

À medida que a pressão sobre os fabricantes aumenta, a mensagem é clara: a transição verde do setor dos transportes só será possível com uma ação rápida e coordenada por parte dos responsáveis políticos, de modo a eliminar as barreiras ainda existentes e garantir que a indústria possa cumprir as metas climáticas sem comprometer a sua competitividade e sustentabilidade. Fonte: ACEA

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