Baterias do futuro para o ambiente urbano

17 junho 2022
3min.

Com data de implementação prevista para a segunda metade de 2023, o novo laboratório irá situar-se no centro da cidade bracarense, no edifício Gnration e nas áreas adjacentes

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A cidade de Braga vai acolher um laboratório vivo dedicado a uma nova geração de baterias, com o objectivo de promover a descarbonização e a sustentabilidade em contexto urbano. A decisão foi anunciada durante a apresentação de resultados do projecto Baterias 2030, na semana passada, no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL).

Com data de implementação prevista para a segunda metade de 2023, o novo laboratório irá situar-se no centro da cidade bracarense, no edifício Gnration e nas áreas adjacentes. Aí, serão demonstradas mais de 30 tecnologias já desenvolvidas no âmbito do projecto Baterias 2030, que envolve várias entidades do sistema científico, tecnológico e empresarial, entre as quais o INL, a empresa dstsolar e o CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes.

Baterias 2nd life (reutilizadas) e de escoamento, um electrolisador e um carregador para mobilidade eléctrica são algumas das tecnologias em destaque nesta infraestrutura, que irá demonstrar também um pavimento termoeléctrico e luminárias assentes em produção eólica. Segundo os promotores, este laboratório vivo irá contar ainda com uma central fotovoltaica e estará assente numa “micro-rede hipocarbónica”, promovendo a descarbonização do espaço urbano.

UM “EXEMPLO PARA O FUTURO”

"A guerra [na Ucrânia] veio desfazer dúvidas. Estamos num quadro complexo sobre a mudança da matriz energética", sublinhou João Neves, secretário de Estado Adjunto e da Economia, que esteve presente na sessão de apresentação intercalar dos resultados do projecto Baterias 2030, financiado em 8,3 milhões de euros para ajudar na descarbonização das cidades através da criação de formas alternativas de gerar, armazenar e distribuir energia eléctrica.

Neste contexto em que a transição energética urge, o consórcio aproveitou para salientar o propósito de tornar este laboratório, que é o “culminar” do projecto Baterias 2030, num “exemplo para o futuro”. Assim, o espaço irá ilustrar um modelo local de produção, bem como de armazenamento e gestão de energia proveniente de “fontes renováveis e ecológicas”, referem os responsáveis. 

Recorde-se que o projecto Baterias 2030, focado na disseminação no ambiente urbano de comunidades energéticas sustentáveis, baseadas em energia renovável e, por isso, intermitente, visou o desenvolvimento de tecnologias aplicadas às baterias. Esta iniciativa de larga escala, a primeira do género a unir o sistema científico e tecnológico com a indústria de baterias nacionais, está também “na génese e dinamização do primeiro cluster industrial na área de baterias, em Portugal”.


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