Mobilidade com GNV reduz emissões de CO2

09 março 2021
4min.

Durante o ano de 2020, e de acordo com os dados disponíveis sobre a utilização de gás natural veicular nos transportes, foi evitada a emissão de 10.052 toneladas de CO2 para a atmosfera.

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Assim, contribuiu-se de forma muito significativa para a redução dos gases de efeitos de estufa em Portugal, e para a promoção de uma melhoria da qualidade do ar, em linha com as orientações normativas do Governo Português e das entidades comunitárias.

Actualmente, circulam em Portugal mais de 1.000 veículos movidos a gás natural, designadamente mais de 525 autocarros de passageiros da Carris, STCP, Transportes Urbanos de Braga e Transportes Coletivos do Barreiro, entre outros, e mais de 225 camiões pesados de mercadorias, que operam no longo curso nos segmentos da carga geral e alimentar.

A utilização do gás natural na mobilidade reduz em cerca de 20%, de forma imediata, as emissões de CO2 dos veículos face aos combustíveis convencionais.

O gás natural, por outro lado, possibilita a integração progressiva de gases renováveis, como o biometano e o hidrogénio verde, sendo que a nível Europeu o volume de incorporação já ultrapassa os 17%, com a Suécia a liderar esta tendência com mais de 94% de gases renováveis no sector dos transportes. Começam, finalmente, com a publicação do Dec. Lei 60/2020 de 17 de Agosto, a surgir em Portugal as primeiras iniciativas de introdução de biometano nas redes de gás natural, o que seguramente vai contribuir para o bom cumprimento das tão ambicionadas metas de neutralidade carbónica e para uma transição energética mais acelerada no setor da mobilidade.

O efeito que isso produz na redução das emissões de CO2 é extremamente positivo: a redução nas emissões de CO2 proporcionada por 17% do gás renovável misturado ao gás natural convencional e usado como combustível em veículos está entre 30% e 38% comparado ao uso de gasolina ou diesel.
No sector de transporte pesado, a única solução viável de energia alternativa é o Gás Natural e os Gases Renováveis, verificando-se que o GNL (Gás Natural Liquefeito) está a apresentar um rápido crescimento, representando uma alternativa real ao gasóleo. Em 2019, os registos de novos veículos a GNL duplicaram relativamente a 2018 e hoje existem mais de 10.000 camiões a GNL nas estradas europeias.

Embora a produção de bio-GNL esteja ainda num estádio inicial, é uma realidade cada vez mais presente sendo que os países do norte da Europa estão na liderança deste processo. Por exemplo, hoje em Skogn (Noruega), o bio- GNL é produzido a partir de uma fábrica que trata todos os dias 100 toneladas de resíduos das indústrias pesqueiras e tem capacidade para abastecer uma frota local de 300 camiões a GNL.

No final do ano passado, o Governo Português abriu um concurso de apoio à produção de gases renováveis, nomeadamente do biometano, dando assim um impulso muito significativo à introdução destes combustíveis com balanço negativo de CO2 nos transportes, garantindo a transição energética e a descarbonização do sector.

Considerando todos estes importantes fatores, diversos países europeus, nomeadamente a Espanha e a Irlanda, desenvolveram programas de apoio abrangentes à aquisição de veículos movidos a Gás Natural.

Nesse domínio Portugal desenvolveu um programa bem-sucedido de implementação da transição energética no transporte público de passageiros, com incentivos à aquisição de autocarros a gás natural, que muito contribui para a redução de mais de 10.000 toneladas de CO2 das emissões do sector dos transportes que se verificou no ano passado em Portugal.


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