Guarda vai ter primeiro «porto seco» do país

11 dezembro 2020
4min.

A obra implica um investimento de 2 milhões de euros e trará vantagens a nível económico e social.

---

O tema foi debatido esta quinta-feira no seminário “Porto Seco da Guarda”, no qual se destacou a utilização optimizada do transporte combinado (ferrovia, rodovia e marítimo), que resulta no menor congestionamento das infra-estruturas portuárias; a redução de custos de armazenagem e de transporte; e a maior celeridade logística e aduaneira como principais benefícios da implementação e utilização de um porto seco.

A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) vai,assim, implementar no município da Guarda o primeiro porto seco do país. A infraestrutura única e pioneira em Portugal, é considerada fundamental para a competitividade da região e implica um investimento de 2 milhões de euros.

A instalação deste terminal intermodal afastado do mar, normalmente posicionado em regiões do interior, ligado a um porto marítimo por via férrea e rodoviária traz vantagens a nível social e económico: o aumento da competitividade das empresas da região; atracção do investimento; oportunidade de criação de emprego no interior; alargamento do acesso à intermodalidade, que se traduz numa poupança de 15% no inland, para além da redução de custos de armazenagem e paralisação; redução de lead time (tempos de transporte), dada a proximidade das estruturas e agilidade aduaneira, que se traduz numa maior sustentabilidade económica de toda a área envolvente ao município da Guarda.

“Avançar com a criação do porto seco na Guarda vai trazer enormes vantagens para a competitividade do Porto de Leixões, uma vez que alargará o seu hinterland, ou seja, a área de influência, que representa já 6% do PIB nacional. Por outro lado, vai alavancar a competitividade das empresas importadoras e exportadoras da região, que poderão ver os seus custos com transportes e logística reduzidos”, esclarece Nuno Araújo, presidente da APDL.

A somar-se às vantagens elencadas, destacou-se ainda a localização estratégica da cidade da Guarda como um dos pontos-fortes para a implementação de um porto seco no município. De assinalar que o nó ferroviário das duas linhas férreas importantes, da Beira Baixa e a da Linha da Beira Alta, se encontra na cidade Guarda, onde se localiza a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda, que estabelece ligações directas à A23 e à A25, acrescendo que faz fronteira com Espanha.

Para a escolha do local mais adequado para a construção desta infra-estrutura, a APDL reuniu previamente com a directora-geral da Autoridade Aduaneira, Helena Borges, a Infraestruturas de Portugal (IP), a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), municípios e empresas, tendo a Guarda surgido como destino preferencial para a instalação do primeiro terminal intermodal, deste tipo, no país.

Nuno Araújo adiantou, ainda, que “a APDL já iniciou, também, a procura de outras localizações que sejam também elas favoráveis à construção de outros portos secos em regiões distintas”.

O seminário “Porto Seco da Guarda” contou com a participação do presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro; do presidente da APDL, Nuno Araújo; do Vice-Presidente da IP Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes; do director geral da YILPORT Leixões, Nuno David Silva; do administrador do Terminal de Carga Geral e Granéis de Leixões, Urbano Gomes, tendo sido encerrado por Rui Branco em representação do Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes.


Tags

Recomendamos Também

Revista
Assinaturas
Faça uma assinatura da revista EUROTRANSPORTE. Não perca nenhuma edição, e receba-a comodamente na usa casa ou no seu emprego.