Estes números são explicados pelo comportamento negativo da maioria dos portos, com destaque para Sines (-2,4 milhões de toneladas), bem como para Lisboa (-1,6 milhões de toneladas) e para Leixões, (-1,4 milhões de toneladas). Excepção para os portos da Figueira da Foz e de Faro, cujo movimento excede em +52,3 mil toneladas (mt), no seu conjunto, o valor homólogo de 2019, com variações percentuais respectivas de +2,6% e de +37%.
O Carvão detém a maior quota de responsabilidade na variação negativa global,ao nível dos mercados de carga, ao perder -1,88 milhões de toneladas nos primeiros sete meses do ano.
Também os mercados do Petróleo Bruto e dos Produtos Petrolíferos, merecem particular destaque, ao registarem uma significativa diminuição do volume, devido a esta crise pandémica, uma vez que a mesma levou a uma forte retração do consumo de combustíveis, a nível nacional e internacional, e, consequentemente, a uma interrupção e redução da sua produção por falta de capacidade de armazenamento, com significativos efeitos nefastos no desempenho dos portos de Leixões e de Sines. De sublinhar o facto de Leixões não ter registado qualquer movimento de Petróleo Bruto no mês de julho, mês em que retomou (na segunda quinzena) a sua atividade normal, após interrupção em abril. Sines regista um acréscimo de movimento de movimento de petróleo bruto em julho, comparativamente ao seu homólogo de 2019, de +23%, após registo negativo nos dois meses anteriores
A Carga Contentorizada regista também quebras nos primeiros sete meses de 2020 – muito pela retração da atividade económica motivada pela pandemia de covid-19 –, com uma redução de -603,9 mil toneladas.
No que respeita às restantes tipologias de carga, que no seu conjunto representam 28,1% da tonelagem total movimentada, importa destacar, pela positiva, a dos Minérios, por ser a única a apresentar um registo positivo na variação do seu volume portuário no período janeiro-julho de 2020, de +43,2 mt (+6,5%).
Em termos globais, sublinha-se que a variação homóloga negativa observada no mês de julho (-8,6%), tem subjacente variações positivas registadas na Carga Contentorizada, Carga Fracionada e Outros Granéis Líquidos, anuladas por variações negativas registadas nos outros mercados de carga, sendo ligeiramente menos intensa do que a variação homóloga do Índice de Produção Industrial publicado pelo INE, cujo valor se cifra em -9,6%, recuperando cinco pontos percentuais ao seu valor apurado em junho.
O porto de Sines passa a deter uma quota de 49,8% do total do movimento de carga movimentada, que se traduz num acréscimo de +1,1 pontos percentuais à do período homólogo de 2019, embora esteja ainda a -4 pp do seu máximo registado em 2016. Leixões permanece no segundo lugar, seguido por Lisboa, Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz.
Os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, entre janeiro e julho de 2020, são Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro.