A DB Regio Bus, a Universidade Fresenius e a IVECO BUS lançaram um projecto comum de forma a criar um veículo capaz de antecipar as necessidades da população do futuro, especialmente dos mais idosos.
À margem do certame Busworld, Holger Waldhausen, da DB Regio Bus (entidade responsável pelo sistema de transporte local de passageiros na Alemanha), o Professor Haans, da Universidade Fresenius de Ciências Aplicadas (Idstein, Alemanha), e Stéphane Espinasse, da IVECO BUS, realizaram um seminário onde foram divulgadas novas perspectivas relativas a um grupo de utilizadores de transportes públicos que é frequentemente ignorado: os idosos. Os três parceiros salientaram as necessidades de mobilidade desta camada da população, levantando questões em torno da forma como uma política de transportes se deveria adaptar a este grupo-alvo.
Olhando para as estatísticas actuais de uma população envelhecida e tendo em conta a necessidade de maior mobilidade para todos, os três promotores deste projecto iniciaram uma primeira abordagem relativa às exigências específicas desta população. Na verdade, não se trata apenas de utilizadores em cadeiras de rodas, mas também de pessoas que, devido à sua idade, vão ficando cada vez mais lentas nos seus movimentos e nas suas capacidades para tomar decisões, à medida que vão perdendo as suas faculdades oculares e auditivas.
Holger Waldhausen, da DB Regio Bus, assinalou as consequências para o sistema global de transporte, realçando a existência de soluções de transporte inadequadas para esta população, as quais irão aumentar significativamente ao longo dos próximos anos. Sendo o maior operador de autocarros da Alemanha, com mais de 5.000 veículos em circulação (parte significativa dos quais são autocarros Crossway, da IVECO BUS), a empresa tem em linha de conta a sua responsabilidade social. Waldhausen recomendou ainda às autoridades públicas para terem em conta a evolução da sociedade e que respeitem o direito de acesso à mobilidade por parte das pessoas mais idosas.
O Professor Haas apresentou os resultados do estudo que levou a cabo acerca dos problemas biomecânicos e neuropsicológicos que esta população pode vir a enfrentar. No que respeita às conclusões mais importantes, o estudo realça as dificuldades de movimentos a bordo de um autocarro, o processo de encontrar o banco adequado, a altura dos bancos e a sua localização, a cor dos corrimãos, mais fáceis de identificar, bem como a importância do contacto directo com um condutor com quem sintam confiança.
Para Haas, o verdadeiro problema está no tempo que uma pessoa idosa precisa para entrar no autocarro e encontrar o banco apropriado. Em média, uma pessoa jovem leva apenas 8 segundos a fazê-lo, enquanto um idoso menos frágil necessita do dobro desse tempo e um mais frágil de quase meio minuto. Admitindo um aumento anual de 10% de pessoas idosas entre os 615 milhões de passageiros que utilizam anualmente os autocarros da DB Regio Busses, isto equivale à perda de 7.830 horas na celeridade do serviço.
Contudo, o objectivo desta cooperação é ir bem mais longe do que esta simples avaliação. A associação entre uma universidade de renome, um grande operador de transportes públicos e um dos principais construtores de autocarros, vai resultar em soluções concretas e corretamente adaptadas a uma população que está a envelhecer.
A breve trecho, deverá estar disponível um primeiro veículo para a realização de testes, em resultado desta cooperação entre a DB Regio, a Universidade de Fresenius e a IVECO BUS.
PR
