Sousa e o Duster na 6ª etapa do Dakar

12 janeiro 2018
4min.

Depois de cinco etapas pródigas em dramas, o sexto dia do Dakar foi relativamente calmo, sendo marcado pela despedida do Peru e a entrada na Bolívia.

Carlos Sousa Dakar

O português Carlos Sousa, aos comandos do Duster, foi o 18º mais rápido nos 313 quilómetros cronometrados da especial e ascendeu ao 25º lugar da classificação geral. Hoje, (sexta-feira), o Dakar cumpre o tradicional dia de descanso na cidade de La Paz.

Seis dias e mais de três mil quilómetros depois da partida na cidade peruana de Lima, a chegada à Bolívia para o tradicional e tão desejado dia de descanso. O Dakar chegou a meio… Se a dureza e o grau de dificuldade dos percursos têm sido bem retratados em imagens e testemunhos, também há números que reforçam essa ideia. No caso de Carlos Sousa, a primeira semana representou qualquer coisa como 25h56m09s de tempo em especiais. Isto, para além do tempo que esteve ao volante do Duster para realizar os quase 1.700 quilómetros de ligações. É o Dakar! Um incontornável desafio para pilotos e máquinas. 40 anos depois, ainda uma grande odisseia.

A sexta etapa foi marcada pela despedida do Peru e a entrada na Bolívia. Um dia longo em extensão, com Carlos Sousa a chegar ao bivouac, na cidade de La Paz, já madrugada em Portugal. «Mas foi uma especial sem problemas», sublinha. «Passámos de situações extremas de areia e de muito calor, para outras condições também bastante difíceis: altitude, chuva e muito barro. Depois das dificuldades vividas nos cinco primeiros dias, não corremos riscos. Viemos a descobrir o comportamento do Duster nessas condições e só é pena que a relação da caixa de velocidades se continue a revelar muito ‘curta’, pois nas zonas rápidas estamos em desvantagem.»

Ainda assim, Carlos Sousa foi o 18º piloto mais rápido do dia. «Sobretudo na segunda parte da etapa, já na Bolívia, imprimi um ritmo mais forte. Aliás, nessa segunda metade do percurso estivemos perto do top-10. Mas ninguém pode negar que o Dakar 2018 não é apenas dos mais difíceis dos últimos anos. É, também, dos mais competitivos, com um plantel de pilotos e de automóveis de enorme valor.»

Em função dos percalços de que foi vítima ainda no deserto peruano, Carlos Sousa tem consciência que «vai ser impossível alcançar o resultado a que nos propusemos no início da prova. Apesar de tudo, estamos determinados em chegar ao fim e, nas etapas que forem mais favoráveis ao Duster, tentarmos surpreender. Vamos ver como correm os próximos dias, mas o mais importante é que ainda cá estamos. Agora é aproveitar o dia de descanso para retemperar forças e preparar o Duster para os desafios que se seguem.»

Na sequência do 18º tempo, a 29m48 do mais rápido, conquistado na sexta etapa, a dupla Carlos Sousa/Pascal Maimon ascendeu ao 25º lugar da classificação geral. Hoje, cumpre-se o tradicional dia de descanso. Para o português, é tempo de recuperar as energias. Afinal, ainda há oito dias de competição pela frente, disputados entre a Bolívia e a Argentina.

O dia de amanhã
Sábado, 13 de janeiro/7ª Etapa (La Paz/Uyuni) – 726 km (SS: 425 km)
Cruzando a fronteira e nesta etapa pilotos e navegadores mudam o “chip”, passando a ter que conviver secções diárias mais longas e trilhos de velocidade mais abundantes, com as dunas a desaparecerem da paisagem. Nesta etapa-maratona, terão que gerir o ritmo, pois qualquer passo em falso pode levar ao abandono, uma vez que não haverá assistência no final.

PR


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