Peugeot 3008DKR Maxi lidera o Dakar 

08 janeiro 2018
7min.

Na primeira grande especial da prova (etapa 2), foram as duplas dos Peugeot 3008DKR Maxi, que terminaram no 1º, 2º e 3º lugares, colocando dois dos carros franceses à frente da Geral.

308 C Despres - Dakar 2018 - Etapa 2
Carlos Sousa Dakar

308 C Despres - Dakar 2018 - Etapa 2

A verdadeira acção do Dakar começou este domingo, com os pilotos lançados para aquela que foi a primeira grande Especial da prova, cobrindo 278 quilómetros em redor da cidade peruana de Pisco. O cenário consistia em paisagens desérticas, com grandes dunas de areia e vistas deslumbrantes sobre a costa, desenrolando-se 90% da acção fora de pista. Nestas condições de constante desafio muitos concorrentes caíram no esquecimento, mas não as duplas dos Peugeot 3008DKR Maxi, que a terminaram no 1º, 2º e 3º lugares, colocando dois dos carros franceses nos dois lugares de topo da Geral.

Cyril Despres venceu uma etapa pela segunda vez na sua carreira no Dakar, façanha que foi muito devida às capacidades de navegação do seu co-piloto David Castera, que conseguiu para guiá-lo, sem se perder, através de um traçado complexo. A dupla lidera agora a prova em termos de Classificação Geral, à frente dos seus companheiros de equipa Stéphane Peterhansel/Jean-Paul Cottret.

Peterhansel e Cottret tiveram um dia limpo, alcançando o 2º melhor tempo na Especial, posição que agora também ocupam na Geral, a pouco menos de meio minuto dos seus companheiros de equipa.

A um passo do pódio, sendo 4ºs na Geral, estão Sébastien Loeb e Daniel Elena, eles que completaram a totalidade do pódio da Peugeot na tabela de tempos da Especial, subindo rapidamente na classificação, aos comandos de um carro que esteve perfeitamente fiável.

Carlos Sainz e Lucas Cruz viram-se prejudicados pela indisposição do navegador, mas conseguiram sob essas circunstâncias desafiadoras registar um 6º melhor tempo na Especial, ascendendo, com isso, ao top-10, isto apesar de terem que mudar duas rodas após os respectivos pneus saírem das jantes.

Já por Portugal, Carlos Sousa foi o 25º mais rápido da segunda etapa do Dakar. O resultado possível para o almadense, face aos cerca de três quartos de hora perdidos a mudar uma rótula da direcção e ao sobreaquecimento do combustível do Duster nos últimos 100 quilómetros da especial. Menos má é a notícia chegou depois: o piloto foi ‘apenas’ penalizado em 20 minutos e não em duas horas como, erradamente, a organização assim decidiu ao início desta madrugada em Portugal, por ter falhado um dos “waypoint” da etapa de abertura.

O dia de ontem começou com um forte sentimento a injustiça para Carlos Sousa: «No sábado à noite recebi a informação de que ia ser penalizado não em 20 minutos, mas sim em duas horas, por ter falhado um dos “waypoint” da especial de abertura. Uma tremenda injustiça porque, na realidade, o “waypoint” que falhei estava associado a uma penalização de 20 minutos e não de duas horas. Parece mentira, mas a verdade é que se trata de um erro da organização.» Um engano que acabou de ser assumido pela ASO, não comprometendo assim as aspirações do piloto do Duster.

Mas apesar de ainda ter partido para a segunda etapa com a informação da penalização de duas horas, o português começou «determinado em impor um bom ritmo, evitando as muitas armadilhas do percurso – impressionante o número de carros acidentados que vimos ao longo da especial.» O piloto do Duster rodava perto do top-20 quando «uma rótula de direcção cedeu e fomos obrigados a substituí-la em pleno deserto. O Pascal (Pascal Maimon, o navegador) fez um excelente trabalho, mas perdemos cerca de três quartos de hora com a reparação.»

Quando retomou a prova, a dupla do Duster procurou efectuar a recuperação possível: «Ultrapassámos vários pilotos e gostei do comportamento do Duster. Nas zonas mais rápidas fomos penalizados pela ‘curta’ velocidade de ponta e, nos 100 quilómetros finais, perdemos tempo com as falhas da bomba de combustível, talvez devido a uma menor qualidade da gasolina. Mas a equipa está a analisar o problema, para que a situação não se volte a repetir.»

Em resumo, Carlos Sousa considera que «foi uma verdadeira etapa de Dakar. Extensa, com deserto cheio de armadilhas e com muita navegação. Está a ser um Dakar fértil em percalços para todas as equipas, mas também se confirma que o nível competitivo é muito forte, tanto em qualidade, como em quantidade»

Quanto ao Duster, com os quilómetros que está a acumular, Carlos Sousa admite que «começo a ficar com uma ideia dos pormenores em que é possível melhorar, até para o adaptar ao meu estilo de condução. Mas para além de pequenos detalhes, o mais importante é mesmo conseguir montar uma caixa de velocidades com relações mais ‘longas’, para podermos ter mais velocidade de ponta.»

No seio do Duster Dakar Team, para além do 25º tempo da dupla Carlos Sousa/Pascal Maimon na segunda etapa, destaque para o 18º tempo de Emiliano Spataro. O argentino ocupa posição idêntica em termos de classificação geral, enquanto o português é o 29º da geral, já com a penalização de 20 minutos da etapa inaugural.

A etapa desta segunda-feira
Segunda-feira, 8 de janeiro/3ª Etapa (Pisco/San Juan de Marcona) – 502 km (SS: 295 km)

É aqui que o Dakar deverá começar a “aquecer”. Os principais desafios do dia encontrar-se-ão fora de pista, num “chott”, mas também no coração dos “canyons”. Se para os mais experientes será apenas mais uma etapa, para os estreantes será um duro teste de nervos.

CLASSIFICAÇÃO DA ETAPA 2:

  1. Cyril Despres (FRA) / David Castera (FRA), PEUGEOT 3008DKR Maxi, 2h56m51s
  2. Stéphane Peterhansel (FRA) / Jean-Paul Cottret (FRA), PEUGEOT 3008DKR Maxi, +48s
  3. Sébastien Loeb (FRA) / Daniel Elena (MCO), PEUGEOT 3008DKR Maxi, +3m08s
  4. Giniel de Villiers (ZAF) / Dirk von Zitzewitz (ZAF), Toyota 4WD, +7m26s
  5. Orlando Terranova (ARG) / Bernardo Graue (ARG), Mini 4WD, +12m53s

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