Esta iniciativa pretendeu assinalar o Dia Internacional das Mulheres no Setor Marítimo e debater a igualdade de género, reforçando o posicionamento das mulheres enquanto profissionais num setor que é tradicionalmente masculino.
De acordo com Carla Ribeiro, vogal do Conselho de Administração da APSS, «existem três realidades que se mantêm como limitativas de uma maior igualdade: o preconceito sobre as nossas capacidades enquanto mulheres, a assunção de responsabilidades familiares, e o acesso a cargos de topo, privados ou públicos. Os dados do nosso setor tendem a demonstrar que é necessário alterar esta realidade».
Atualmente, as profissionais marítimas são poucas e a maioria das mulheres que trabalham no setor estão afetas a cargos relacionados com a inspeção de navios, nos serviços portuários e na logística. Relativamente ao acesso aos cargos de topo, a representação das mulheres em cargos de liderança também é limitada, persistindo as disparidades salariais entre homens e mulheres.
Para a vogal da APSS, «a igualdade entre mulheres e homens significa iguais oportunidades de participação em todas as esferas da nossa vida pública e privada. Quando passamos para a sua dimensão laboral, este desígnio traduz-se na efetiva igualdade de oportunidades no acesso ao trabalho, ao emprego, à formação profissional e à progressão na carreira».
Carla Ribeiro adiantou, ainda, que «a cultura de igualdade está presente na APSS. Mas não queremos parar, há sempre mais a fazer, e neste sentido vamo-nos desafiar a assumir o compromisso previsto na Meta Nacional para a Igualdade de Género (lançada pela Global Compact Network Portugal), traduzido no objetivo de alcançar 40% de mulheres em cargos de decisão até 2030, reiterando assim o nosso objetivo de promoção da igualdade de tratamento, de oportunidades e da participação equilibrada dos homens e das mulheres na nossa organização».
A sessão “Igualdade de Género”, que foi moderada por Carla Tavares, presidente do CITE - Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, contou ainda com a participação de Isabel Lucas, da Operestiva, Ana Lima, da Mind4Logistics e Manuela Roque, da APSS, que falaram sobre as suas experiências profissionais, dificuldades e desafios para o futuro.
A encerrar o debate esteve Isabel Moura Ramos, vogal do Conselho de Administração da APSS, que salientou a importância da representatividade feminina no setor marítimo-portuário: «a nível mundial, as mulheres apenas representam 18% do total de trabalhadores, o que é muito pouco para um setor que tem uma forte componente de desenvolvimento social. Os portos precisam de investir mais nesta vertente e as mulheres são decisivas para se atingir esse objetivo. O empoderamento feminino não se trata de ficar à frente dos homens, mas sim ao lado». A finalizar, Isabel Moura Ramos concluiu que «não há futuro para o Porto de Setúbal sem pensarmos em sustentabilidade. E não há sustentabilidade sem a igualdade de género no setor».
PR