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"A estratégia da BP é reformular o negócio à medida que descarboniza"

12 dezembro 2022

Carlos Pereira é, desde janeiro deste ano, responsável na BP pelo negócio de vendas para frotas em Portugal e Espanha e falou à EUROTRANSPORTE sobre os compromissos da petrolífera com a transição energética, rumo à sustentabilidade.

A transição energética é um dos grandes desafios que a BP enfrenta atualmente. Como é que se estrutura a redução da dependência dos combustíveis fósseis?
A transição energética tem sido um compromisso da BP há já algum tempo. Com uma procura por energia cada vez maior e face a metas cada vez mais exigentes em termos de sustentabilidade ambiental e redução das emissões de carbono, as empresas do setor tiveram, necessariamente, de se adaptar. Essa adaptação estende-se à oferta colocada à disposição do consumidor, mas também à sua atividade em geral, de modo a responder àquilo de que o planeta e as pessoas precisam. Trata-se de uma transformação total do negócio, não esquecendo que o mundo depende muito de energia - e que a dependências dos combustíveis fósseis não desaparecem de forma imediata - mas que é necessário atuar rapidamente para garantir a continuidade sustentável de um planeta com recursos finitos. Assim, este será um caminho demorado, mas necessário para a construção de um mix energético capaz de responder às necessidades atuais e futuras do mundo. A estratégia da BP visa, por isso, reformular o negócio à medida que descarboniza e diversifica, apostando em novas formas de energia, como as renováveis, os biocombustíveis e o hidrogénio, aumentado o portefólio de baixo carbono.

O alargamento e diversificação da oferta energética pode ser encarado como uma oportunidade?
As grandes mudanças trazem, regra geral, desafios e oportunidades. Resta às empresas saber identificá-las e aproveitá-las da melhor forma. Na BP estamos a fazê-lo através de uma transformação de uma empresa petrolífera para uma empresa de energia integrada, com soluções adequadas às necessidades das pessoas e do planeta. Temos o know-how e a experiência necessária para o fazer, e acreditamos que podemos dar o mote para que muitas outras empresas a operar no mesmo setor o façam. Este trabalho de partilha trará certamente benefícios e permitirá que a transição decorra de forma mais célere, atingindo os resultados necessários.

Quais são os objetivos estabelecidos pela BP rumo à neutralidade carbónica e o que está já a ser feito nesse sentido?
Em 2020 a BP lançou uma nova ambição de se tornar numa empresa com zero emissões líquidas de carbono até 2050 ou antes e ajudar o mundo a atingir o mesmo objetivo. Nesse sentido definimos 10 objetivos, cinco dos quais visam atingir a neutralidade carbónica na empresa através da redução das emissões de carbono das nossas operações, produção e vendas, da redução do metano proveniente das nossas instalações de petróleo e gás, e de mais investimento nas energias renováveis. Os outros 5 visam ajudar o mundo a atingir também ele a neutralidade carbónica. Fá-lo-emos através de «advocacy», da mobilização dos nossos colaboradores, do alinhamento com associações comerciais de todo o mundo, de uma liderança transparente e de um compromisso ativo com a criação de soluções de energia e mobilidade mais limpas para cidades, regiões e empresas. Em linha com esta ambição, queremos, como referido anteriormente, transitar para uma empresa de energia diferente em 2030, razão pela qual estamos já a descarbonizar e a diversificar o nos so negócio, investindo em energias de baixo carbono. Estamos a apostar na mobilidade elétrica com a ambição de instalar globalmente 100,000 pontos de carregamento até 2030 e a duplicar o nível de investimento atual no que consideramos serem os cinco negócios de crescimento da transição: bioenergia, conveniência, carregamento elétrico, renováveis e hidrogénio.

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Numa altura em que os fabricantes da indústria automóvel ainda se mostram incertos sobre o rumo a tomar no que toca ao caminho a seguir para chegar à neutralidade carbónica, como é que a BP pode acompanhar este processo?
Ao fornecermos soluções de qualidade com conveniência para que os condutores e as empresas possam optar pela energia mais adequada às suas necessidades, acreditamos que estaremos a contribuir para uma melhor transição para opções de mobilidade mais sustentável. Se as soluções adequadas existirem, a escolha de alternativas de mobilidade mais limpa será mais fácil para os condutores e para as empresas, o que levará os fabricantes da indústria automóvel a adaptar também eles a oferta que colocam no mercado.

Como analisa o mercado ibérico face à disponibilidade e interesse dos clientes profissionais relativamente às energias alternativas?
Para os clientes profissionais as energias alternativas são desde há algum tempo uma realidade na Península Ibérica, através de uma oferta crescente do uso de LNG como combustível no transporte comercial, com menores emissões do que o gasóleo e até este ano e 2022, associado também com a um preço competitivo. Esta opção, do LNG, sofre atualmente, no entanto, de relevantes perturbações na cadeia de abastecimento na Europa e respetivas cotações que reduziram momentaneamente o interesse económico dessa alternativa. Mas na BP cremos tratar-se de um período efémero que findará no futuro, retomando o LNG a tendência de crescimento que vínhamos a experimentar antes da guerra na Ucrânia. Restantes fontes de energia para clientes profissionais são obviamente a eletrificação das suas frotas particularmente no segmento de Car & Van que reúne, em ambos os países, um suporte estratégico importante por parte os governos na expansão da rede de carregamento e dos incentivos a conversão do parque automóvel.

Que ofertas têm já disponíveis para os transportadores, que os possam apoiar também na descarbonização?
A BP em Portugal tem como objetivo primordial para os seus clientes profissionais:
1) Suportar os nossos parceiros/clientes na identificação das melhores alternativas energéticas para o seu negócio, através do amplo know-how existente na companhia a nível global nas diversas opções energéticas.
2) Assegurar aos nossos clientes soluções de energia competitivas e com elevados níveis de fiabilidade para o seu negócio.
Para isso contamos já com uma rede de carregadores elétricos rápidos e ultrarrápidos disponíveis nos postos de abastecimento estratégicos que verão muito em breve o seu número ampliado de forma significativa. Adicionalmente a oferta BP de LNG atualmente existente, será igualmente ampliada com o objetivo de cobrir as principais vias de transporte nacional e internacional.

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Carlos Pereira
Nascido no Porto e Arquiteto de formaçao pela Universidade do Porto e sempre com particular interesse pelo mundo e ramo automóvel, cedo Carlos Pereira iniciou o percurso na BP, na área de Lubrificantes da companhia em 1994. Desde então passou por diversos departamentos, tanto em Portugal como no estrangeiro. Participou em diferentes projetos internacionais de gestão de negócio e portefólio para países como Reino Unido, Moçambique, Zimbabwe ou México e é atualmente responsável pelo negócio de vendas para frotas em Portugal e Espanha, desde o início do ano, com o objetivo claro de reforçar a confiança que os clientes profissionais tem na oferta da BP em Portugal, com um claro enfoque numa eficiente transição energética, absolutamente adaptada a realidade do mercado nacional.

*Publicado originalmente na edição 130 da Revista Eurotransporte.

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