A electromobilidade é uma realidade para a Renault Trucks, do ponto de vista comercial e industrial, e por essa razão o construtor francês vai investir até 2023, 150 milhões de euros em mobilidade eléctrica, avançando já com a produção dos seus dois modelos eléctricos: Renault D e D Wide ZE.
Bruno Blin, director da Renault Trucks, prevê que “os veículos eléctricos possam representar 10% das vendas até 2025”. O fabricante irá iniciar a produção em massa dos pesados eléctricos na sua fábrica da Normandia, em Blainville-sur-Orne, mas refere que para já será “em pequenas quantidades."
“Estamos prontos para oferecer muito mais do que o veículo. Queremos ter uma oferta de financiamento. Bem como ajudar o nosso cliente a construir a infraestrutura à volta do veículo eléctrico. Ou seja, o sistema de carregamento. Estamos a fazer parcerias para garantir que vamos poder oferecer uma solução completa aos nossos clientes, pelo que precisamos de oferecer suporte técnico. Um camião eléctrico não é um veículo a diesel, precisamos de estudar a actividade do cliente, a sua operação, para garantir que teremos a melhor oferta”, explicou o director.
O Renault D e o D Wize ZE vão ser montados na mesma linha de montagem que os veículos a diesel, mas com duas excepções. Várias instalações foram erguidas nas imediações da linha de montagem final, especialmente para a construção dos eléctricos, mas no edifico ZE, com um total de 1.800 metros quadrados, vão armazenar-se ainda as baterias numa área com a temperatura controlada e instalações relativas ao motor e à caixa de engrenagens.
Os dois modelos eléctricos passarão pela mesma montagem final que as variantes de diesel, como por exemplo, a carroçaria e a cabine. Posteriormente, regressarão ao edifico ZE, para procedimentos mais técnicos e controlo de qualidade. São necessárias 50 horas de trabalho para produzir apenas um camião eléctrico.
Apesar do investimento na electromobilidade, a empresa prevê uma queda de 15% nas vendas, devido ao momento que a economia atravessa, sobretudo agora, com a propagação do Coronavírus. “Vamos continuar a trabalhar e arrancar com a produção, mas é verdade que temos adiado reuniões, ou sempre que possível fazer apenas ligações via web, para limitar o contágio”, referiu Bruno Blin, quando questionado sobre a epidemia que está a afectar a população, mundialmente.
Outro dos investimentos que o director da Renault Trucks fez questão de mencionar foi a contratação de 380 novos funcionários, em 2019, referindo que está concentrado em “investir em pessoas”.
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