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Há 15 anos a inspirar o aftermarket internacional

28 novembro 2019

Em menos de duas décadas a Ferdinand Bilstein Portugal S.A. soube tornar o mercado nacional do pós-venda incontornável para o bilstein group. De tal forma, que foi preciso mudar de instalações para acompanhar as necessidades de crescimento.

A Eurotransporte foi conhecer a «nova casa» da empresa que colocou o nosso país no mapa do aftermarket internacional.

São 9100 peças aquelas que são expedidas diariamente e que passam pelos 16 corredores do cais de cargas e descargas das novas instalações, na Venda do Pinheiro, da Ferdinand Bilstein Portugal S.A (FBP), a subsidiária do bilstein group que há 15 anos é formalmente uma fonte de inspiração para a multinacional alemã. A Eurotransporte foi conhecer «os cantos à casa» com 7000 m2, extensíveis até aos 14.000 m2, ou não fosse «antecipação» o nome do meio do seu Managing Director e nosso «mestre de cerimónias», Joaquim Candeias.

Sobre a necessidade de novas instalações, o Managing Director da FBP explica: “Costumo fazer o chamado plano a cinco anos e, nesse contexto, em 2015 verifiquei que consumíamos por ano no mercado nacional 1,5 milhões de peças e fiz uma projecção bem mais alargada do que os cinco anos, para 2,7 milhões de peças em 2022. Durante o processo comecei a ver que chegava a 2018 nas instalações onde estávamos e deixávamos de ter possibilidade de crescer. Segundo os livros, quando não se tem espaço para crescer, podemos ter um posicionamento fantástico no mercado, mas a tendência é perder quota e o grupo não queria perder a posição de líder, portanto não houve muita dificuldade em tomar uma decisão. De acordo com essa projecção, em 2019 o volume de negócio seria de 2,2 milhões de peças. É exactamente onde estamos”.

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Além de previdente, durante a nossa visita, Joaquim Candeias revelou outra capacidade, ou se quisermos, outro traço de personalidade, difícil de encontrar nos dias que correm: a de fazer parecer que tem todo o tempo do mundo para cada uma das tarefas que desempenha. São características que certamente contribuíram para que o Managing Director da FBP fosse o grande responsável por tornar o aftermarket nacional apetecível para o bilstein group, inicialmente através da criação de uma sucursal em Portugal da britânica da qual era accionista e Managing Director de operações para a Europa, a Automotive Distribute Limited(ADL), detentora da marca Blue Print, que permitiu ao grupo alemão através da aquisição da ADL em 2011, juntamente com as já detidas febi e SWAG, ter uma oferta mais abrangente nesta área, passando adar cartas também ao nível dos veículos de fabrico asiático.

Portanto, o bilstein group «sopra» em 2019 quinze velas por cada ano de sucesso em Portugal – é o país onde o grupo tem maior market share –, mas só em 2015 é que a sucursal ADL foi transformada em subsidiária e assumiu o nome da casa-mãe. “Foi uma decisão que se prendeu essencialmente com o facto de sermos duplamente tributados”, explicou Joaquim Candeias. Uma necessidade que deu a oportunidade perfeita à subsidiária para criar um projecto de raiz, com valores e standards relevantes o suficiente para serem acolhidos e adaptados em parte pelo grupo.

“Quando entrámos no bilstein group, já tínhamos um posicionamento distinto das subsidiárias existentes. Por isso temos hoje várias áreas – às quais chamamos group functions – a funcionar em Portugal, não estando limitados a ser um armazém que recebe mercadoria e faz distribuição. Fazemos desenvolvimento de pesquisa de produto e temos outros mercados, como o do continente americano, que está afecto e reporta à FBP; temos um director de desenvolvimento de novos projectos para todo o grupo; e um responsável de imagem da Blue Print também para todo o mundo. Portanto, temos uma influência muito grande dentro do grupo”, exemplifica o Managing Director da FBP.

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Nos 2164 m2 ocupados por escritórios nas novas instalações, que albergam 97 funcionários, é possível identificar uma organização de inspiração global, com espaços amplos pontuados em algumas áreas por «bandeirinhas» de diferentes países; com coffee spots, espaços amplos para refeições, para convívio e salas para relaxar que podem ser transformadas em espaços de reunião; além das mais recentes tecnologias que permitem, por exemplo, reservar salas de reunião por qualquer funcionário do grupo, mesmo fora das fronteiras nacionais. Para já, a mudança de instalações possibilitou um crescimento na ordem dos 14%, no que diz respeito à entrada, ao embalamento e ao armazenamento e saída de mercadorias. Para 2020, “estima-se um crescimento de volume de negócio na área dos 10%”, adianta Joaquim Candeias. Mas para isso, este ano o foco é,

nas palavras do Managing Director da FBP, na “melhoria e na optimização do negócio com os parceiros, criando os alicerces para os próximos anos”.

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Antes de dar a visita por terminada, Joaquim Candeias aceitou o desafio de antecipar não os próximos cinco anos, como gosta de fazer, mas os próximos 15. “Fala-se de muita coisa, de veículos eléctricos, de veículos autónomos e inclusivamente de algumas imposições legais que possam vir a limitar a comercialização de veículos de combustão interna. Vão existir alterações, evidentemente, o negócio vai transformar-se, mas porque estamos na era digital e, por isso, serão a telemática e a dificuldade de acesso à informação de veículos os novos desafios. Quanto aos veículos eléctricos e autónomos, já não vou ver nada disso com grande influência, porque estamos muito longe tal acontecer”.

 

*Texto originalmente publicado na edição n.º 111 da Revista Eurotransporte.


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