Transportadores apelam para mais medidas

30 março 2020
3min.

A Associação dos Transitários de Portugal (APAT), cujos membros representam 1 por cento do PIB nacional, reconhece o esforço do Governo na adopção de algumas das suas preocupações. No entanto, aponta medidas adicionais necessárias para fazer face à situação actual.

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No momento em que o País passou para o estado de mitigação, a APAT, que representa 260 empresas de transporte internacional de mercadorias, reitera a necessidade da adopção de medidas para o sector como a clarificação das linhas de crédito para as empresas transitárias e o pagamento dos direitos junto da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT); injecção directa de capital nas empresas; articulação conjunta para conseguir fazer chegar a Portugal o equipamento médico proveniente de outros países, abrindo, para isso, ligações aéreas em cargueiros ou aviões de passageiros exclusivamente com carga.

Concretamente sobre o sector dos Transportes, a APAT assinala que ainda não foi emitida qualquer regulamentação específica com a determinação das condições em que o sector poderá operar (como resulta do Decreto n.º 2-A/2020), nomeadamente a definição de medidas de rastreio e organização dos terminais dos aeroportos internacionais e o estabelecimento dos concretos termos e condições em que deve ocorrer o transporte de mercadorias em todo o território nacional.

A actividade transitária ganha especial relevância para o País actualmente, já que é a partir da qual que é possível que os países tenham acesso ao abastecimento de bens alimentares, bens de primeira necessidade, medicamentos, entre muitos outros produtos.

Para António Nabo Martins, Presidente Executivo da APAT, contactado pela Eurotransporte, refere que “fomos apanhados, talvez, pela mesma onda de choque que o resto do mundo, e fizemos chegar ao Governo algumas preocupações do sector que teriam repercussões na vida dos Portugueses”, começou por dizer.

Para este dirigente, as medidas adoptadas pelo Executivo liderado por António Costa “tem o reconhecimento da APAT, pois sabemos que foi um enorme esforço que o Governo fez”, afirmou para adiantar de imediato que “congratulamo-nos porque percebemos que o Governo acolheu a adopção de algumas das nossas preocupações. Não somos presunçosos ao ponto de pensar que foi apenas por nós, mas queremos acreditar que contribuímos de forma muito positiva para que tal acontecesse”, assinala.

O layoff simplificado e as suas constantes evoluções, as rendas, os apoios financeiros, a criação dos “Corredores verdes” (ja noticiados pela Eurotransporte) para mercadorias (camiões ou viaturas até 3500Kg) nas fronteiras terrestres, a facilitação da transmissão de documentos de exportação, como o Euro 1 ou T2L, são algumas medidas do Governo que são elogiadas e consideradas como positivas pela APAT, como nos referiu o seu Presidente Executivo.

“Este trabalho é muitas vezes silencioso, mas muito difícil, porque temos de tentar conciliar todos as dificuldades, no pressuposto maior de continuar a fazer chegar a todos os portugueses tudo o que necessitam para que esta anormalidade pareça ser ‘normal’. Por vezes, é a distância que nos une em prol de um objectivo comum”, conclui António Nabo Martins.

 


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