"Não vai fazer sentido comprar carro a gasóleo"

29 janeiro 2019
3min.

A declaração é de João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente.

Consultório de segurança

Na entrevista que concedeu ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o Ministro do Ambiente afirmou que "na próxima década, não vai fazer sentido comprar um carro a gasóleo", justificando que "já serão muito próximos os valores de aquisição de um carro eléctrico".

João Pedro Matos Fernandes acrescentou ainda que "hoje é muito evidente que quem comprar um carro [de motor] diesel, muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca".

Depois destas declarações, várias associações do sector já reagiram. A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) explica, em comunicado, "que Portugal está integrado na União Europeia e não existe qualquer regulamentação que aponte no sentido das declarações do Sr. Ministro. Inclusivamente, desde Setembro de 2018 todos os veículos diesel passam por um teste de homologação mais rigoroso no âmbito da Norma Euro 6d-TEMP, que terá uma nova fase em Setembro deste ano. O que prova que, no âmbito da regulamentação comunitária, a aposta é na redução das emissões dos veículos diesel a lançar no mercado europeu nos próximos anos".

A ACAP fala ainda do empenho da indústria automóvel na redução de emissões dos veículos, reforçando que "40% dos novos modelos anunciados para 2021, já terão a opção da motorização eléctrica. Todavia, esta transição irá ser feita de forma gradual". Refere ainda que apesar de ter havido um crescimento de 148% na venda de veículos eléctricos em Portugal, essa "percentagem ainda é de 1,8% do total do mercado".

Também a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) já se manifestou, declarando que "as referidas declarações do Ministro do Ambiente não só não espelham a realidade como não contribuem para reforçar a previsibilidade e estabilidade que devem nortear o esforço de redução das emissões dos veículos em que toda a sociedade está empenhada". Reforça que a associação "não tem qualquer indicação de que exista uma tendência decrescente no valor dos veículos a diesel".

A ALF está também "convicta de que a transição para automóveis híbridos e/ou eléctricos deverá processar-se de forma gradual, acompanhando a evolução natural do mercado e da crescente oferta de viaturas cada vez mais eficientes ao nível de emissões, sejam elas eléctricas, híbridas, a gasolina ou a diesel".


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