Repsol quer produzir energia mais sustentável, segura e acessível

04 outubro 2023
5min.

Em Londres, na conferência ESG, o diretor-geral da Repsol explicou aos stakeholders que os consumidores e indústrias não devem pagar mais pela energia que necessitam

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A Repsol celebrou terça-feira, em Londres, o dia do investidor ESG (ambiente, sociedade e governo das sociedades), onde foram apresentados os progressos realizados no seu roteiro para garantir zero emissões líquidas até 2050, evento que já vai na sua oitava edição, e que tem como objetivo lançar as bases para uma cooperação transparente com os stakeholders relevantes para a transição energética. Atualmente, 37,1% da base de acionistas institucionais da Repsol são investidores ESG, o que quadruplica o número de 2016 e coloca a empresa como uma das líderes do setor.

Na sua intervenção, Josu Jon Imaz, diretor-geral da Repsol, apelou a uma abordagem mais holística da transição energética na Europa, com o objetivo de superar os desafios colocados por um ambiente complexo e em constante mutação e, assim, garantir uma resposta equilibrada ao trilema da energia: energia sustentável, segura e acessível para os cidadãos e as empresas.

"Precisamos de repensar a transição energética na Europa. Recusamo-nos a investir em determinadas fontes de energia por razões ideológicas e não tecnológicas ou científicas. O resultado é que os consumidores acabam por pagar mais pela energia de que necessitam e as indústrias com utilização intensiva de energia têm dificuldade em competir nos mercados globais, tendo de encerrar ou deslocalizar-se para outras regiões", afirmou. Apelou também a uma transição que não se baseie em proibições ou vetos, mas que deixe todas as soluções tecnológicas competirem ou complementarem-se e provarem o seu valor sem preconceitos ideológicos e rejeição.

"A transição energética necessita de um quadro regulamentar capaz de proporcionar segurança e estabilidade. Uma regulamentação estável promove a rendibilidade. As atuais regras da UE são demasiado complexas e atrasam os investimentos", afirmou Imaz.

Durante o evento, os executivos da empresa apresentaram aos investidores pormenores sobre o progresso na produção de combustíveis renováveis e produtos circulares, bem como o desenvolvimento de outras oportunidades de baixo carbono. Um marco importante no caminho para o objetivo de produzir 1,3 milhões de toneladas de combustíveis renováveis até 2025 e 2 milhões de toneladas até 2030 é a entrada em funcionamento, no final deste ano, da primeira fábrica na Península Ibérica dedicada exclusivamente à produção de biocombustíveis avançados e de combustível de aviação sustentável (SAF) no Complexo Industrial da empresa em Cartagena. A fábrica produzirá 250.000 toneladas por ano, o que permitirá poupar 900.000 toneladas de emissões de CO2 por ano, o equivalente à poupança produzida por mais de 400.000 veículos elétricos.

Aproveitando as competências essenciais e o alcance global do negócio de exploração e produção da empresa, a Repsol está a desenvolver outras oportunidades de baixo carbono, como a energia geotérmica, a captura e armazenamento de CO2 e o armazenamento de hidrogénio renovável, como ferramentas de descarbonização capazes de gerar valor num mercado com um potencial de crescimento considerável.

Por outro lado, nos últimos anos, a Repsol construiu uma carteira de ativos renováveis de 60 GW, que garantem o seu objetivo de alcançar 6 GW de capacidade instalada em 2025 e 20 GW em 2030. Em setembro, a empresa espanhola entrou no negócio da energia eólica onshore nos Estados Unidos, após a aquisição da empresa de energias renováveis ConnectGen, com uma carteira de projetos de 20 GW e capacidades de desenvolvimento. No total, a Repsol tem 2 GW de produção de energia renovável em Espanha e no Chile e está também a desenvolver projetos em Itália e nos Estados Unidos.

Em 2019, a Repsol foi a primeira empresa do seu setor a comprometer-se a tornar-se neutra em carbono até 2050, em conformidade com o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O seu roteiro contém objetivos intermédios claramente definidos para reduzir a intensidade de carbono em 28% até 2030 e em 55% até 2040, para alcançar zero emissões líquidas em meados do século.

PR


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