Super Stonic

09 janeiro 2018
6min.

Para ter o seu Stonic, depois de assinar toda a papelada no concessionário terá de esperar, mais ou menos seis meses. É razão para perguntar, “mas esperar seis meses por um Kia?”. Sim, o sucesso é tanto que a marca não tem mãos a medir.

Kia Stonic
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Kia Stonic
Kia Stonic

Kia Stonic

Valerá o pequeno e engraçado SUV coreano a espera? A partir do Diesel 1.6 CRDi de 110 cv a Eurotransporte conta-lhe todos os detalhes.

O segmento dos SUV urbanos contabiliza actualmente 1,1 milhões de vendas anuais na Europa e deverá ultrapassar as 2 milhões de unidades até 2020. Estes números representam um veículo deste género em cada 10 vendidos, arrastando atrás de si clientes saídos do segmento dos citadinos e até dos monovolumes de segmento B. Este ano o segmento espera oito modelos novos, será, portanto, um dos mais recheados de sempre em termos de novas propostas.

 

Kia Stonic

O Kia Stonic é um deles. À venda desde outubro, é o sexto lançamento de um novo modelo da marca coreana em 2017, o que demonstra bem a vitalidade do Grupo Hyundai/Kia no mercado automóvel. O Stonic vem da Coreia e foi desenhado pelo gabinete de estilo de Peter Schreyer, o guru do design que anda a mudar mentalidades dentro da marca coreana. Assim, o novo Kia pretende demarcar-se da concorrência por causa de um estilo irreverente e das muitas possibilidades de personalização que propõe, todavia a marca também quer destacar a vertente dinâmica, mas será mesmo assim?

 

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A começar pelo nome Stonic, uma contracção das designações Speedy e Tonic. O Stonic assume perfeitamente a sua natureza com os «ombros» musculados e com a secção dianteira bem apoiada na famosa grelha da Kia, agora em formato 3D, que reforça o design repleto de carácter. Outra  particularidade, que só vai estar disponível este ano por um custo adicional que ronda os 150 euros, é a pintura bi-color. São cinco cores distintas de tejadilho que vão contrastar com nove cores da carroçaria. Este é o modelo mais personalizável alguma vez comercializado pela Kia. A cor exterior pode estender-se ao interior, com um pequena moldura no tablier e ao redor do ecrã central para que a combinação jovem e moderna se mantenha.

Infelizmente, o Stonic é muito menos sedutor no interior. A apresentação acaba até por desiludir quem o vê de fora. Mas, também convém não exagerar e é possível descortinar o tablier moderno com que a marca coreana tem sabido «servir» os seus últimos lançamentos. Desde que tolere bem a quantidade de plástico menos suave que compõe o conjunto, onde se inclui tablier e painéis das portas, assim como os comandos básicos, mais funcionais, perceptíveis pela tentativa de não fazer investimentos mais elevados, o Stonic continua a ser um dos modelos mas radicais da marca oriunda da Coreia do Sul.

 

Kia Stonic

A posição de condução, por exemplo, é mais baixa que a de um Renault Captur, e a colocação do volante, mesmo na vertical, é perfeita. Com os seus 4,14m de comprimento, o Stonic disponibiliza uma habitabilidade traseira ligeiramente inferior à dos concorrentes, mas correcta. O volume da bagageira está na média do segmento com 352 litros de capacidade. O banco rebate as costas na proporção 60/40, mas o assento é fixo, perdendo-se alguma versatilidade.

Sabe-se que no mundo automóvel a economia de escala é aspecto mais do que crucial. Ao contrário do seu «irmão» Kauai, o concorrente mais directo da Hyundai, que utiliza uma plataforma nova até para poder suportar as versões 4x4, o Stonic repousa na plataforma do modelo de segmento B da marca, o Rio.

 

Kia Stonic

Para além do 1.0 T-GDI de 120 cv de 110 cv e do 1.2 aspirado de 82 cv, o Stonic pode ser adquirido com o 1.6 CRDi de 110 cv. De acordo com a marca, o Stonic reivindica uma filosofia apoiada num comportamento dinâmico que se diz excecional. Ao volante, o Stonic mostrou-se seguro e bem apoiado nas vias largas que o destacam. A aderência é elevada e a carroçaria surge muito bem controlada não mexendo mais que o necessário.

Reage de forma perfeita às mudanças de direcção, mas sentem-se as derivas da frente em curvas onde é necessário mais apoio. A firmeza da suspensão também não ajuda. Para tentar tornar o Stonic um tudo ou nada mais dinâmico, a Kia acabou por deixar a suspensão mais firme, até demasiado para quem vai querer comprar este SUV. Sente-se a firmeza da suspensão em pisos mais degradados, mas também em estradas de asfalto liso, mas irregular.

 

Kia Stonic

A utilização do quatro cilindros de 110 cv mostra-se perfeitamente adaptada ao peso contido do Stonic, 1255 kg, graças ao turbo e ao binário de 260 Nm disponíveis logo às 1500 rpm e que se mantêm planos até às 2750 rpm. A caixa de seis velocidades é longa nas duas primeiras relações de caixa, mas depois está bem escalonada nas seguintes, até porque consegue retirar do pequeno bloco um rendimento simpático. Os consumos são um pouco mais elevados que outros Diesel da concorrência.

Em jeito de conclusão, os modelos da Kia já não são mais baratos que os seus contendores, mas em contrapartida são mais bem equipados. Ainda assim, no caso da marca coreana em Portugal, a campanha de lançamento é sempre de arrasar. 

A Kia mantém, desde o lançamento, uma campanha de desconto directo para este crossover estilizado. São 3900 euros que fazem com que o 1.6 CRDi TX passe dos 26 900 euros para uns bem apelativos 23 000 euros e, com este preço, compensa todos os euros empregues. E, como é habitual, a garantia é de sete anos ou 150 mil km.

Um produto jovem e moderno que pretende mudar a imagem de uma marca que se vai transformando como a mais desportiva e mais jovem de todas as coreanas presentes na Europa.

 

RC


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