Gaulês (quase) irredutível

08 janeiro 2018
5min.

A Renault Talisman ST pretende acertar onde a anterior geração Laguna Break falhou: fazer frente às melhores carrinhas médias do segmento entre os construtores ditos generalistas. Agora que dispõe do motor 1.6 dCi de 130 cv acoplado a uma caixa manual de 6 velocidades, está mais preparada que nunca.

Renault Talisman
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Com 4,866 metros de comprimento e um porte invejável, ninguém diria que a Talisman Sport Tourer (ST) parte da mesma plataforma modular (CMF) do Mégane ou, por sinal, do Nissan Qashqai. Pois é, esta Talisman «carrinha» é enorme e tem presença em estrada. Já não é uma novidade, mas o facto de passar a disponibilizar o motor 1.6 dCi de 130 cv acaba por transformá-la numa potencial concorrente de um vasto leque de modelos do mesmo segmento com potências idênticas, logo uma excelente proposta para frotas, até porque o preço é competitivo, como mostram os 37 590 euros, que se assumem como valor de entrada para a versão Business.

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A versão que a Eurotransporte ensaiou é uma Executive, nível imediatamente a seguir à Business, cujo preço começa nos 40 520 euros e contempla uma lista de equipamento de série muito vasta e completa. Ainda assim é possível montar alguns opcionais, como o sistema 4 Control, com eixo traseiro direccional, que custa mais 1100 euros, elemento equacionado nesta unidade.

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Se por fora é imponente, lá dentro a presença de locais de arrumação é outro dos atributos da carrinha gaulesa, com a vantagem adicional de a maioria ser fechada e longe de olhares alheios. Aliás, o interior é mesmo um dos pontos em destaque na Talisman, com uma dotação de elementos de série extensa e muito completa, onde pontificam inúmeros auxiliares de condução, mas também um nível de espaço superior aos seus rivais "premium" mais directos (tanto no habitáculo como na bagageira, que brinda o utilizador com 572 litros de volume) tais como o Mercedes Classe C ou o BMW Série 3. A própria qualidade geral da Renault está num crescendo de forma, embora a evolução seja mais evidente na escolha de alguns materiais do que na montagem dos mesmos.

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Aos comandos, nota-se uma menor solidez estrutural que afecta o comportamento e resposta da suspensão, especialmente em zonas com ressaltos. Mas, felizmente, a unidade ensaiada contava, tal como já foi referido, com o sistema 4 Control que torna a carrinha gaulesa mais ágil em traçados sinuosos e manobrável em ambiente urbano, com um diâmetro de viragem reduzido face às dimensões exteriores.

Com este sistema associado à caixa manual de seis velocidades, nota-se uma excelente superioridade da Talisman na condução, até porque a caixa é precisa e muito directa. Revela uma maior inércia no momento do arranque, mas o motor é frugal o suficiente para não nos deixar a pensar que os 130 cv são escassos.

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Porque, de facto não são, e é possível realizar os tipos de condução mais variados com relativo à vontade, também por culpa do Multisense, o dispositivo que permite optar entre alguns modos de condução. E o lema do "andar bem e gastar pouco" assenta aqui que nem uma luva. O motor de 130 cv “chega e sobra” para o dia-a-dia e os consumos são muito reduzidos, o que diz bem da facilidade com que consegue locomover a tonelada e meia de tara do conjunto. Uma excelente opção para frotas de empresas, oferecendo ao utilizador um automóvel com uma imagem mais distintas que a da Mégane, mas também com um nível de espaço muito superior.

RC


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