O Kia perfeito

19 dezembro 2017
6min.

A Kia reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer até chegar à perfeição, mas é possível. Aliás, o Stinger não é o carro perfeito... mas é o Kia perfeito, não fosse ele desenvolvido por alguém que trabalhou na BMW e desenhado pelo mestre do design Peter Schreyer.

Kia Stinger
Kia Stinger
Kia Stinger
Apesar dos seus mais de 4,8 metros de comprimento e dos mais de 1776 kg de peso, o Stinger é um automóvel competente
Por dentro acompanha o nível de qualidade do exterior
Kia Stinger

Kia Stinger

A Eurotransporte conduziu a versão mais vendável em Portugal, o Diesel com 200 cv e tracção traseira. O Stinger é o novo pecado de «uns» coreanos que estão cada vez mais fortes no mercado europeu, ameaçando muitos construtores que se julgavam descansados no seu pedestal.

DSC_0247

A quota de mercado da Kia no mercado português tem vindo a crescer. A margem de manobra para os coreanos é enorme, até porque num só ano, sim leu bem, em apenas 365 dias, a renovação da sua gama foi tão alargada como nunca havia sido até aqui. A ofensiva contou com as novas gerações do Rio, do Picanto, da apresentação do bonitinho Stonic e ainda com o lançamento de modelos alternativos como o Niro, versão híbrida e híbrida plug-in e do Optima com tecnologia eléctrica e motor térmico. De uma assentada, a marca coreana vê-se totalmente pronta para conquistar mercado abatendo os melhores players de vários segmentos.

 

Mas, qual cereja no topo do bolo, para colmatar toda esta ofensiva em beleza, a Kia ainda tinha mais um trunfo na manga: a fatia«prazer, beleza e sedução», o seu novo topo de gama Stinger que surgiu como concept em 2011 e que em 2017 virou modelo de produção em série. Senhor de uma estética arrebatadora, linhas elegantes e ao mesmo tempo desportivas e, pouco comum num Kia, um prazer de condução acima da média. Ainda não chega ao nível de um BMW, como a própria marca gosta de fazer passar a mensagem, mas não anda longe, até porque a tracção traseira lhe dá um cherinho que um bom desportivo precisa para ser preciso e divertido.

DSC_0225

Se por fora o Stinger é de deixar qualquer transeunte de boca aberta, principalmente a indagar-se qual será a marca deste carro, por dentro acompanha o nível de qualidade do exterior. A sensação de qualidade continua a ser um bom argumento, a posição de condução é muito boa e o conforto merece nota positiva.

DSC_0230

 

Mas, o grande objectivo deste exame é perceber como se comporta o 2.2 CRDi de 200 cv, o mesmo motor que equipa, por exemplo, o Sorento, e no qual a Kia deposita muitas esperanças, principalmente para entrar num mercado pautado pela exclusividade e quase restrito às marcas premium, até porque o preço deste Stinger não é assim tão convidativo.

DSC_0288

Damos à chave e, ao ralenti..., silêncio. Não tem um trabalhar tão silencioso quanto um motor a gasolina, mas não está muito longe. Surge associado apenas à caixa automática de oito velocidades da ZF, que é um exemplo de suavidade e é muito precisa. Nos primeiros quilómetros o ruído, ou a ausência dele, e as parcas vibrações surpreendem; o único barulho indesejado que entra no habitáculo é o de rolamento, especialmente em zonas de piso mais degradado. E como foi que a Kia conseguiu filtrar quase na totalidade o ruído típico de um motor Diesel? Os investimentos estão centralizadas na zona inferior e superior do motor, locais onde se produz grande parte do ruído. A cabeça, fabricada em alumínio, inclui uma cobertura em plástico com fixações isoladas e juntas mais estanques que atenuam o ruído. Para conseguir reduzir as vibrações do motor, na parte inferior do bloco foi colocado um novo veio de equilíbrio formado por dois eixos que giram em sentidos opostos e compensam as vibrações secundárias da mecânica. O cárter está dividido em duas partes: uma bandeja metálica inferior e uma zona superior em alumínio fundido a alta pressão.

DSC_0234

 

A combustão optimizada também permite amenizar os níveis de vibrações e ruído. Aparentemente todas estas mudanças funcionam, porque o matraquear típico dos motores a gasóleo só surge quando o acelerador é pressionado a fundo. A entrega de potência e binário também está perfeitamente equilibrada. Desde as 1750 rpm temos disponíveis de forma constante os 440 Nm de binário, mas a subida de regime mantém-se praticamente sem paragens e alterações quase até às 4000 rpm. É um bloco cheio, linear, onde se sente sempre potência debaixo do pé direito. A conjugação destes factores permite uma saída avassaladora a baixos regimes, e sempre que se pisa a fundo o pedal, o turbo entra em funcionamento de forma suave, progressiva e contundente. Ao volante, o Stinger surpreende, como já referimos.

 DSC_0270

O botão na consola permite mudar os modos de condução (são cinco: smart, eco, confort, sport e sport+) cada um dotado da sua lei específica, resposta do pedal do acelerador, intervenção do controlo de estabilidade e precisão da direcção. O Stinger é preciso, homogéneo e, tão importante quanto isso, envolvente de conduzir.

DSC_0279

 

Apesar dos seus mais de 4,8 metros de comprimento e dos mais de 1776 kg de peso (é um dos modelos mais pesados do segmento), a direcção é comunicativa q.b., os travões são eficazes, o bom trabalho efectuado pela suspensão, e o comportamento pouco subvirador, mantêm o topo de gama da Kia como um automóvel muito competente.

 DSC_0254

Só falta mencionar o preço: são 56 400 euros para a versão de entrada GT Line já muito bem equipada e já com 5500 euros de desconto directo, campanha que motiva ainda mais a aquisição deste modelo. Convém ainda sublinhar os 7 anos de garantia ou 100 mil km.

RC

 

DSC_0232


Tags

Recomendamos Também

Revista
Assinaturas
Faça uma assinatura da revista EUROTRANSPORTE. Não perca nenhuma edição, e receba-a comodamente na usa casa ou no seu emprego.