Em meados de Maio, numa Holanda verdejante, os dois grupos de clientes DAF da região norte e sul reuniram-se em Eindhoven para três animados dias de confraternização e activação de marca. Um «miminho», poder-se-á dizer, da parte do construtor para com aqueles que são a base do seu negócio: os transportadores. À Eurotransporte, Nuno Mendes, Area Manager da DAF em Portugal revela que este é um evento organizado "duas a três vezes por ano", com uma escolha "sempre cuidada" dos convidados, clientes da ACRV e GSVI, os dois importadores nacionais. "Tentamos convidar clientes que têm veículos DAF, frotas de diferentes dimensões e também clientes que não têm veículos DAF. O objectivo é conciliar o grupo de maneira a que se enquadre com várias experiências e que as pessoas aproveitem também para trocar algumas ideias durante o evento", afirma.
Do programa constou uma visita ao Museu da DAF, à fábrica, ao principal centro de distribuição Paccar (PDC) da Europa e ainda a possibilidade de experimentar os mais recentes modelos da marca no centro técnico de St. Oedenrode. A ideia, explica Nuno Mendes, é dar aos visitantes a oportunidade de "conhecer o produto, a organização e também os serviços e soluções que temos para os clientes".
A ida à fábrica foi uma das partes mais apreciadas pelos visitantes, que puderam ver de perto a materialização de um camião. Joaquim Teixeira - gestor de tráfego da CGL, que tem uma frota de 62 camiões - declarou que "sem sombra de dúvida foi muito importante termos o contacto directo com o construtor, porque nos permitiu ter um conhecimento alargado de todo o processo, desde a construção à logística, à distribuição, até à entrega da própria peça no nosso país. O que mais me impressionou foi o rigor, a disciplina, a qualidade e a preocupação de que não haja erros".
Opinião partilhada por Oleh Stashuk, sócio gerente da Old-Trans, que afirma ter percebido "como é feito o camião e como se alcança a qualidade". Prestes a receber em casa duas edições especiais comemorativas dos 90 anos da DAF, o transportador comentou à nossa revista que estes vão ser veículos fundamentais para "apresentar a empresa", que tem apenas 6 anos. "Um camião normal não se destaca quando passa e a nossa empresa, como é pequena, precisa de se dar a conhecer. Quando passa na estrada um camião bonito é inevitável olhar e ver de que empresa é. E os motoristas também ficam contentes, porque andam com camiões bem apresentados", explica orgulhoso. Com dez camiões DAF na frota, Oleh Stashuk considera que a grande vantagem da marca está na "relação qualidade preço, não são muito caros, mas têm qualidade, além de que o serviço tem pessoas muito competentes e atentas, que nos respeitam muito".
Já Carlos Cunha, da Euroneco - que sempre conduziu camiões DAF e toda a sua frota é constituída por veículos desta marca - prefere destacar o ensaio dinâmico que pôde fazer na pista do Centro Técnico da DAF em St. Oedenrode: "Queria perceber as melhorias na caixa de velocidades e notei que agora as relações engrenam mais tarde, num regime de motor mais baixo, o que resulta noutro rendimento do carro. Sinto diferenças no conforto e na qualidade de construção do carro".
A experiência de conduzir em circuito fechado é sempre muito aguardada. Segundo Nuno Mendes, "muitos gostam de ter oportunidade de experimentar os modelos todos, porque nem sempre é fácil, principalmente quem tenha veículos de transporte internacional, que não tem a oportunidade de experimentar veículos de quatro eixos, de distribuição, e vice-versa". O responsável da marca entende que estas iniciativas "podem ser decisivas para a compra de um camião, primeiro pela confiança que conseguimos passar para os nossos clientes em conhecerem a nossa organização, mas também neste contacto que eles têm com o produto e com o fabrico do mesmo, conseguem perceber as novidades todas e as mais valias que conseguimos oferecer enquanto fabricantes e enquanto organização também".
Os onze carros que Carlos Cunha tinha à data da entrevista, em Setembro passam a ser 13, com mais dois DAF a juntarem-se à frota. Desta viagem, em que foi sempre um dos convidados mais animados, espalhando boa disposição pelo grupo todo, "além do convívio", evidenciou também a possibilidade que teve de "conhecer um bocadinho da história da DAF, no museu", onde lhe chamou à atenção o sistema de transmissão automático Variomatic, inventada por Hub Van Doorne. A tecnologia - transmissão de variação contínua (CVT) - é ainda hoje utilizada em inúmeros modelos de veículos de passageiros, provando que "há 50 anos ele via muito à frente dos seus dias".
Camiões mais fiáveis, menos avarias e intervalos de manutenção mais alargados deixam os clientes cada vez mais longe das oficinas, pelo que o foco foi também colocado no pós-venda, com a visita ao centro de distribuição da Paccar, em Eindhoven, que tem actualmente um nível de serviço situado nos 98% no que toca à satisfação de pedidos. Neste PDC de 25 500m2, encontram-se em stock 45 mil referências de peças, o que corresponde a cerca de 50 milhões de euros de material pronto para entregar. Uma realidade muitas vezes desconhecida dos clientes, segundo Juno Cesário, responsável de peças em Portugal, que reafirma a importância de que "o cliente conheça a nossa casa, veja o que somos capazes de oferecer e se torne parte da família que é a DAF".
Em Portugal, "o mercado é muito fiel, utiliza peças DAF para DAF", por isso, neste momento, o grande desafio é o «brand awareness» da linha de peças TRP, ou seja, que o público "tenha conhecimento da marca e decida comprar estes produtos, que são compatíveis com os seus reboques e com os camiões de outras marcas, com qualidade e garantia DAF, mas a um preço mais competitivo. São peças desenhadas e testadas pela DAF e têm garantia PACCAR". Além disso, o cliente tem "a mais valia de ter estas peças no concessionário em 24h sem penalização no preço", vindas directamente de Eindhoven por DHL. Trata-se de um sistema de entrega urgentes de peças TRP, num negócio onde a disponibilidade é um factor crucial. Não pagando qualquer penalização, é "uma oportunidade para que o cliente possa experimentar, provar e comprovar que a peça vale a pena e que é uma solução viável para ele", explica Juno Cesário.
Com praticamente metade do ano decorrido, à data, as perspectivas de mercado eram "boas", de acordo com Nuno Mendes, que acredita que "o crescimento não vai ser tão acentuado como nos últimos dois anos, muito embora, estejamos muito confiantes nesta nova gama, que nos tem vindo a trazer mais valias em termos de vendas". Para já, é notório o reconhecimento dos clientes, pelo prémio de camião do ano recebido em final de 2017, que já levou a que os transportadores começassem a "trocar a actual frota, porque reconhecem que a diferença de custos em termos operacionais dos veículos é muito significativa e isso é o que nos tem vindo a aumentar as vendas".
A nova série, lançada em 2017, mostra que "a diferença de consumo é brutal. Temos casos de clientes em que a poupança de consumo chega a ser na ordem dos dois, três litros, o que os motiva a trocar os carros que compraram há bem pouco tempo, pois para quem faça 150 mil quilómetros por ano dá para pagar a amortização do carro mensalmente!".
Como não poderia deixar de ser, a viagem terminou com uma visita guiada por Amesterdão.
