Reestruturação interna: Garland Transport Solutions
A entrevista com Peter Dawson, presidente do conselho de administração do Grupo Garland.
O Grupo Garland fundiu as empresas de transportes na Garland Trânsitos, cuja designação social foi alterada para Garland Transport Solutions (GTS), após uma reorganização do organigrama da estrutura.
- O que motivou o nascimento da Garland Transport Solutions, antiga Garland Trânsitos, resultado da fusão e outras duas empresas do grupo?
A fusão das nossas empresas de transportes na Garland Trânsitos e consequente alteração da designação social desta para Garland Transport Solutions surge no âmbito de um processo de reestruturação interna. Com base na reorganização do nosso organigrama, distribuímos as empresas do grupo por quatro Strategic Business Units, nomeadamente: Transportes, que integra as empresas Garland Transport Solutions e Garland Maroc; Logística, com a Garland Logística; Navegação com a Garland Navegação, Ocidenave e Ocidenave España; e Corporativa, que contempla a Garland Laidley, a Garland Gestão Imobiliária e a Anacondaweb. Essencialmente, esta reestruturação visa a criação de áreas de negócio mais fortes, com volumes de negócios mais expressivos e maior flexibilidade e, por outro lado, a rentabilização dos recursos, sobretudo dos tecnológicos em que temos vindo a investir bastante nos últimos anos.
No caso concreto da Garland Transport Solutions, que agrega toda a actividade transitária da Garland por via terrestre, marítima e aérea, a nova estrutura permite-nos oferecer serviços com mais qualidade, frequência e, consequentemente, tempos de trânsito mais curtos. Adicionalmente, possibilita-nos maximizar a tecnologia, pelo que os nossos clientes têm acesso em tempo real ao estado da sua carga, entre outras vantagens como a automatização de determinados processos.
- Que serviços estão disponíveis na Garland Transport Solutions?
A nova Garland Transport Solutions oferece serviços de transporte terrestres com saídas regulares de e para todos os destinos europeus; transporte marítimo a partir de Portugal, Espanha e Marrocos para o resto do mundo e vice-versa; e transporte aéreo dos principais aeroportos de Portugal, Espanha e Marrocos para o resto do mundo e no destino inverso. As mercadorias são transportadas em cargas completas, parciais ou de grupagem, estando a Garland habilitada para o transporte de produtos convencionais, pendurados, a temperatura controlada ou perigosos. A empresa trata ainda de desalfandegamento e documentação diversa.
- A globalização do grupo levou à restruturação interna ou será esta alteração que irá permitir o crescimento do grupo?
O Grupo Garland cresce sustentadamente há vários anos e conseguimos manter o crescimento mesmo nos anos em que o país esteve sob assistência financeira. Algo que nos distingue é precisamente o facto de termos a solidez (sobretudo financeira) de grandes empresas e a flexibilidade das pequenas, o que nos permite responder às necessidades específicas de cada cliente, numa lógica de flexibilidade. Apesar de a nossa longevidade de 242 anos, o Grupo mantém a sua modernidade e continuamos a inovar, precisamente porque acreditamos que só assim continuaremos a crescer.
A globalização do grupo, associada a esta capacidade de reinvenção e adaptação, de olhar constantemente para dentro e identificar pontos de melhoria, levou então à reestruturação interna. As sinergias e a melhoria de competitividade resultantes desta reestruturação irão obviamente permitir a continuidade de crescimento, pelo que ambas as afirmações são verdadeiras.
- Em que consistiu a renovação do Centro Logístico da Abóboda e que importância estratégica tem este ponto para a Garland?
Requalificámos este armazém para níveis de modernidade e segurança que igualem os restantes armazéns do Grupo, nomeadamente através da actualização dos circuitos de CCTV e controlo de acessos e do reforço dos sistemas de detecção e combate a incêndios. Adicionalmente, construímos toda a área social com escritórios, salas de reuniões, refeitório, etc. para onde transferimos a nossa sede, depois de mais de 100 anos no Cais do Sodré, juntando todas as áreas/equipas numa só localização.
- A Garland tem como objectivo tornar-se um dos principais players do mercado no e-commerce, como é que pretendem investir nesta área e dar resposta aos desafios inerentes?
Já há algum tempo que nos estamos a preparar para responder a estes desafios. Temos investido na criação de mezaninos preparados para este tipo de atividade, reforçando significativamente a área disponível (7.000 m2 na totalidade dos 2 armazéns existentes na Maia), o que nos tem permitido angariar novos negócios que praticamente já nos garantem uma ocupação plena. Do ponto de vista dos sistemas de informação estamos totalmente preparados para responder aos desafios inerentes a esta atividade e temos vindo constantemente a atualizar-nos no sentido de mantermos as nossas operações e processos a acompanhar totalmente as tendências, garantindo níveis de eficiência e produtividade cada vez mais exigentes. O sucesso desta aposta é tal que o crescimento nesta área irá continuar, estando neste momento em vias de realização um investimento adicional no armazém da Abóboda, de forma a criarmos um novo mezanino, com mais 1.000m2, também vocacionado para este tipo de actividade e ainda recorrendo a espaços externos.
